Como funciona o congelamento de óvulos?
Quando o assunto é maternidade, a história mostra que nem sempre maturidade mental e financeira caminhou junto com a biológica. Os tempos mudaram e a busca por uma independência pessoal, pelo parceiro ideal ou mesmo por um estado de saúde melhor, postergou o desejo de ser mãe. Hoje, porém, felizmente idade avançada e fertilidade não estão mais dissociadas - graças às modernas técnicas de fertilização, como o congelamento de óvulos.
O método tem sido cada vez mais procurado nas clínicas brasileiras de reprodução humana, pois aumenta as chances de gerar um filho com segurança, mesmo depois dos 35 anos - desde que os óvulos sejam retirados antes disso. Vamos descobrir como funciona.
O congelamento
Primeiro a mulher deve se submeter a alguns exames para descobrir ou afastar doenças genéticas que comprometam a qualidade dos óvulos. Depois é submetida a medicamentos que estimulam a quantidade deles. Esse processo dura, em média, duas semanas.
A partir daí são extraídos os folículos dos ovários, onde os óvulos estão armazenados. Em seguida eles são retirados de dentro dos folículos com uma agulha fina para maturar algumas horas no laboratório. O próximo passo é mergulhá-los em uma substância congelante, cuja função é proteger e reduzir a presença de líquido para evitar a formação de cristais. Neste momento começa o processo de vitrificação, quando os óvulos são colocados em nitrogênio líquido e reduzidos a uma temperatura de 196 graus negativos.
O congelamento tem um prazo de validade: dez anos. Quando a mulher decide engravidar, a amostra é retirada do nitrogênio. Mas é aconselhável que ela faça isso até os 50 anos por conta dos riscos de complicações clínicas em idade materna avançada, como aborto espontâneo e malformação fetal.
A fertilização
Tal qual a fertilização in vitro convencional, os óvulos são fecundados com o espermatozoide do parceiro, em laboratório, para serem implantados no útero. Fecundado, o óvulo dá origem a um embrião que pode ser avaliado geneticamente antes de ser implantado, a fim de evitar uma gravidez de risco.
A indicação
Em 2017, 78 mil óvulos foram congelados no Brasil e a tendência é que este número aumente. O congelamento dos óvulos é indicado em situações de gravidez postergada por razões pessoais, em caso de tratamentos que destroem os óvulos ou os espermatozóides (como os de câncer) e em menopausa precoce (antes dos 35 anos).
Fonte: Medical Site
06 de Dezembro de 2019