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HPV

Após a descoberta do papilomavírus humano(HPV) como agente causador direto e necessário para o surgimento do câncer de colo do útero e alguns tipos de câncer de vagina, vulva, anus, orofaringe e pênis, muitos mitos foram criados em torno de seu diagnóstico em exames solicitados, cada vez com maior frequência, na rotina ginecológica. 

É muito comum que as mulheres se desesperem ao se depararem com um resultado positivo de HPV, por isso algumas informações são importantes para instrução das mesmas a fim de acalmá-las e quando necessário fazer com que elas sejam aderentes ao tratamento quando necessário.

O primeiro ponto a ser destacado é que a presença do vírus no organismo não é o mesmo que ter o diagnóstico de câncer ou que o seu desenvolvimento é apenas uma questão de tempo; mas sim que se tem um fator de risco necessário para seu surgimento.

A infecção pelo HPV é considerada a infecção sexualmente transmissível de maior incidência no mundo, com cerca de 600 milhões de pesssoas infectadas e com estimativa de que 80% da população sexualmente ativa já tenha entrado em contato com o vírus em algum momento da vida.

A incidência ocorre em dois picos, o primeiro por volta da segunda década de vida com o início da atividade sexual e o segundo entre a quinta e sexta década de vida por perda da imunidade prévia ou por uma nova exposição, devido a troca de parceiro. Em um primeiro contato sexual uma em cada dez mulheres é contaminada e, após três anos com o mesmo parceiro, 46% delas terão adquirido o vírus.

Após a infecção o vírus pode ficar latente por tempo indeterminado podendo nunca manifestar-se causando doença, pode ainda ser combatido pelo sistema imune ou mesmo se apresentar de forma ativa e se replicar formando novas cópias virais ou de forma integrada ao DNA da célula iniciando o processo que desencadeará o câncer.  

Com a ação viral, surgem as lesões intraepiteliais escamosas (SIL) e estas, quando na forma de lesão de alto grau(HSIL) ou neoplasia intraepitelial de grau(NIC2 e NIC3) são consideradas as lesões precursoras do câncer de colo do útero, necessitando de tratamento adequado. No entanto, lesões HPV-induzidas têm altas taxas de remissão espontânea em até dois anos sem que nada seja feito, especialmente as de baixo grau(LSIL) e em mulheres jovens.

São mais de 200 tipos de HPV que podem afetar pele e mucosas causando desde verrugas, sendo os subtipos 6 e 11 os responsáveis por mais 90% desses casos, e câncer onde os subtipos 16 e 18 são os causadores de cerca de 70% dos casos.

Até o momento no Brasil, os testes de HPV não são liberados para rastreamento do câncer do colo uterino, como em outros países; servindo mais como alerta para uma maior probabilidade de algumas mulheres desenvolverem a doença. Por isso, os exames de rotina como Papanicolaou e em alguns casos colposcopia e vulvoscopia devem continuar a serem realizados periodicamente.

Por Dr. Orlando Freitas

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